
Em nossa sociedade não é fácil viver segundo os princípios do Evangelho. Jesus mesmo nos alerta: “A maldade se espalhará tanto, que o amor de muitos se esfriará. Mas, quem perseverar até o fim, será salvo” (Mt 24, 12-13). Nessa imensa tarefa de conduzir e reconduzir continuamente o mundo aos valores de Deus, cada um de nós é interpelado continuamente. Tinha-o bem entendido S. Paulo quando declarava: “Agora eu me regozijo nos meus sofrimentos por vós, e completo, na minha carne, o que falta das tribulações de Cristo pelo seu Corpo, que é a Igreja” (Cl 1, 24). Deus pede nossa parte na tarefa de salvação, às vezes, até parece que condiciona a sua ação à nossa. Aparece muito claro isso em toda a história da Salvação. Deus pede mediações humanas e confia em maneira inacreditável nelas, de Abraão até os Apóstolos, de Moisés até os papas e os santos do nosso tempo. Ainda o profeta Ezequiel tem uma página famosa a este respeito: “Ora, a ti, filho do homem, te pus como sentinela para a casa de Israel. Assim, quando ouvires uma palavra de minha boca, hás de avisá-los de minha parte. Quando eu disser ao ímpio; ‘Ó ímpio, certamente hás de morrer’ e tu não o desviares de seu caminho ímpio, o ímpio morrerá por causa da sua iniquidade, mas o seu sangue eu o requererei de ti. Por outra parte, se procurares desviar o ímpio de seu caminho, para que se converta, e ele não se converter de seu caminho, ele morrerá, mas tu terás salvo a tua vida” (Ez 33, 7-9).
Aos Apóstolos Jesus confia uma tarefa divina: “Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; àqueles aos quais os retiverdes ser-lhes-ão retidos” (Jo 20, 22-23).
Jesus explicou em muitas maneiras a necessidade de colaborarmos com ele. Chamou seus apóstolos, sim, “para que ficassem com ele”, mas também “para enviá-los”. O Evangelho de Mateus termina com a missão: “Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos...” (Mt 28, 19). Muitas parábolas do Evangelho são para incentivar a colaboração: a dos talentos, por exemplo.
Poderíamos perguntar-nos frequentemente:
O que poderia eu fazer mais, Jesus, na minha vida concreta, para colaborar contigo?
Nossa ação no mundo
Parece que seja virtude construir-se uma vida sem problemas. Como é possível, diante de tanto sofrimento, enorme, que existe no mundo? Olhando para Jesus, não me parece que este seja o caminho. Jesus não justifica o sacerdote e o levita que, vendo o homem ferido à beira da estrada, passam indiferentes. “O amor de Cristo nos impele, quando pensamos que um morreu por todos”, dizia um que pagou abundantemente com a sua vida (S. Paulo).
E’ necessário aproximar-se dos irmãos como novas criaturas, como pessoas novas, onde a ressurreição de Cristo seja em ato, mediante o Espírito Santo. Somente esta forma, além de aparências, parece ser verdadeira e produzir resultados para o Reino de Deus.
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