Pelos caminhos da América, há tanta dor, tanto pranto, nuvens, mistérios, encantos que envolvem nosso caminhar. Há cruzes beirando a estrada, pedras manchadas de sangue, apontando como setas que a liberdade é prá lá... Pelos caminhos da América, há monumentos sem rosto, heróis pintados, mau gosto, livros de história sem cor. Caveiras de ditadores, soldados tristes, calados, com olhos esbugalhados, vendo avançar o amor! Pelos caminhos da América, há mães gritando qual loucas, antes que fiquem tão roucas, digam onde acharão seus filhos, mortos, levados na noite da tirania, mesmo que matem o dia, elas jamais calarão... Pelos caminhos da América, no centro do Continente, marcham punhados de
gente com a vitória na mão. Nos mandam sonhos, cantigas, em nome da liberdade, com o fuzil da verdade, combatem firme o dragão. Pelos caminhos da América, bandeiras de um novo tempo vão semeando no vento, frases teimosas de paz. Lá na mais alta montanha, há um pau d’arco florido, um guerrilheiro querido que foi buscar o amanhã! Pelos caminhos da América, há um índio tocando flauta, recusando a velha pauta que o sistema lhê impôs. No violão, um menino, um negro toca tambores, há sobre a mesa umas flores, pra festa que vem depois!
...Latino América...(Zé Vicente.)
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