A mala
Não foi tua culpa (De Martin Valverde)
Nem sempre na vida se joga tão bem e se destroem as coisas e os sonhos tembém. Nossos olhos se enchem de lágrimas lembrando o que aconteceu. Ninguém nunca nos disse ou tentou ensinar que alguns que se amam podem se odiar. Quando não se permite ao amor respirar, o orgulho consegue ganhar. Eu sei, não é fácil ver demoronar tua felicidade num castelo de areia ouvi estas vozes na escuridão, te acusando e reclamando. Não foi tua culpa, que não te enganem com isso. Não foi tua culpa, liberta-te deste peso. Não te tortures pensando que mal tens feito. Se Deus não te acusa, ninguém mais tem o direito. Não foi tua culpa. Não tenha vergonha se queres chorar tens uma ferida que deve curar. E se queres olhar adiante o passado se deve sarar. Eu sei, não é fácil falar de perdão. O ódio atrapalha e escurece a razão. Já não busques culpados em teu coração, mas um refúgio onde possas amar. Tenha coragem e segue lutando. Há muito por amar e Deus não pensa em deixar-te se andam falando que a história acabou. A verdade é outra, apenas está começando. Não foi tua culpa que não te enganem com isso...Não foi tua culpa, liberta-te desse peso, não te tortures pensando que mal tens feito... Ainda podes dizer ao amor que sim...que sim!
Uma mala.
Quem na vida não teve uma mala? Quem na vida não sentiu-se alguma vez ser utilizado, levado, tirado feito mala? Eu já fui uma mala, não sei você! Minha vida comparava-se bem a qualquer mala, cheia de mundo, cheia de vento, cheia de nada. É fácil saber de que material é feita uma mala, difícil poder descobrir o que ela contêm sem ter a chave certa para abri-la. Sem a autorização da pessoa, só será possível entrar nela, usando a violença.
Eu era “uma mala” e não podia sequer suportar meu próprio peso. Olhava o mundo com muita bronca, com muita raiva, desconfiança, com ódio e sem vida. Aceitava a vida com resignação, sem convicções profundas, sem uma espiritualidade forte.
Perguntava-me seguidamente... se a vida devia ser sempre assim! Mexia-me todo, falava de tudo... na verdade queria combinar a insatisfação da forma como vivia a vida com a terrivel necessidade de mudar... mas mudar como e por onde devia começar?
Depois dos primeiros encontros fraternos, fui percebendo minha real situação i em que me havia metido. Entendi que ficar aí seria mesmo inútil, estaria outra vez fazendo buraco na água, como havia feito antes de chegar neste lugar. Eu precisava reagir, não podia ficar sem tomar alguma decisão forte e essa seria a minha única saída.
As perguntas ficavam batendo a cabeça o tempo todo e as sufocava com as atividades, tudo se resolvia no ativismo, fazendo coisas, muitas coisas... sem restar-lhe tempos para pensar, essa era a melhor maneira para evadir-se, seguir em frente sem importar-se aonde chegaria.
Eu vivia o tempo todo na solidão, meu único e íntimo amigo era o travesseriro e foi ele quem desvelou-me os segredos e as causas das minhas penas e insatisfações profundas. Mostrou-me o exato lugar onde outra vez podia recuperar o entusiasmo, algumas motivações de vida. Não fosse o meu travesseiro com quem estava acostumado comunicar-me quem sabe aonde teria ido a parar. Então duvidava de tudo, até mesmo haver sido chamado um dia, ou talvez estivesse escondendo-me detrás dele. E se assim fosse, aonde podia recuperá-lo! ... Seria talvez junto aos “importantes e sempre ocupados com tantos afazeres”. Ou com quem eu havia construído sonhos, fortalecido um belo relacionamento, quem sabe, talvez fosse esse o início de um misterioso caminho imaginário!
A reflexão ou a própria solidão levou-me a comparar-me metaforicamente com uma “mala”. Uma mala que ha muito tempo não parava em lugar algúm. De tanto rodar estava averiada, fazia má impressão, antiquada, feia, sem dono, jogada pelos cantos, ajuntando de tudo um pouco por onde ia passando.
Ah! se essa mala falasse, certamente suplicaria, dizendo: “porque não terminam de uma boa vez com isso, porque não me jogam fora, assim se acabaria com tantas desconfiaças, maus tratos, agressões ou coisa assim”.
Mala não é humana, é uma coisa, é um objeto, não pensa nem fala, fica calada, não consegue falar, se resigna ser “sumissamente” uma mala. Se as pessoas, mesmo parecendo-se com uma mala, fossem tratadas um pouco melhor, mesmo tendo algumas semelhanças com o “objeto mala” ah! quanta utilidade igualmente poderia ter.
Sábios inteletuais, superiores doutos, eminências, muitas vezes sem dar-se conta conseguem colocar muitas malas juntas e assim deixá-las inclusive com interessantes etiquetas, de boa marca, bem ordenadas, uniformizadas e elas nunca conseguirão nem falar, nem serem escutadas, acompanhadas. A sábia gente já sem destino, coloca em ordem decrescente os elementos e partem, eles são importantes, nunca lhes sobram tempo, eles sabem a hora certa para voar...
Ninguém está acima dos outros ou é mais importante do que eles. Tanto as pessoas famosas como aquelas que estão no anonimato são seres humanos dignos do mesmo respeito, porque também possuem consciência e inteligência.
Mas, que interessante, com o tempo a gente simples também cresce e pode ver como tantos “sábios” deixam de ser “gente importante” passando eles também a formar parte do grupo “malas”, eles também viram mala e então se queixam. Ah, se aqueles que têm a verdade, em suas programações não filtrassem tanto o Amor, certamente, também as malas menos caras, se sentiriam muito melhor!
Todos somos de certa forma uma mala, iportante é saber a qualidade do conteúdo que temos dentro dela. Não interessa o lugar que ela ocupa, se for grande ou pequena, linda, nova ou velha, tudo o que importa é o que ela carrega. Toda mala tem seu tempo e o seu espaço é sua bagagem a que se eterniza e faz história reproduzindo novas vidas...contrariamente continuam reproduzindo “especimen uniformes mala”.[1]
[1] Reproduzir pessoas sem personalidade, espécies iguais.
Não foi tua culpa (De Martin Valverde)
Nem sempre na vida se joga tão bem e se destroem as coisas e os sonhos tembém. Nossos olhos se enchem de lágrimas lembrando o que aconteceu. Ninguém nunca nos disse ou tentou ensinar que alguns que se amam podem se odiar. Quando não se permite ao amor respirar, o orgulho consegue ganhar. Eu sei, não é fácil ver demoronar tua felicidade num castelo de areia ouvi estas vozes na escuridão, te acusando e reclamando. Não foi tua culpa, que não te enganem com isso. Não foi tua culpa, liberta-te deste peso. Não te tortures pensando que mal tens feito. Se Deus não te acusa, ninguém mais tem o direito. Não foi tua culpa. Não tenha vergonha se queres chorar tens uma ferida que deve curar. E se queres olhar adiante o passado se deve sarar. Eu sei, não é fácil falar de perdão. O ódio atrapalha e escurece a razão. Já não busques culpados em teu coração, mas um refúgio onde possas amar. Tenha coragem e segue lutando. Há muito por amar e Deus não pensa em deixar-te se andam falando que a história acabou. A verdade é outra, apenas está começando. Não foi tua culpa que não te enganem com isso...Não foi tua culpa, liberta-te desse peso, não te tortures pensando que mal tens feito... Ainda podes dizer ao amor que sim...que sim!
Uma mala.
Quem na vida não teve uma mala? Quem na vida não sentiu-se alguma vez ser utilizado, levado, tirado feito mala? Eu já fui uma mala, não sei você! Minha vida comparava-se bem a qualquer mala, cheia de mundo, cheia de vento, cheia de nada. É fácil saber de que material é feita uma mala, difícil poder descobrir o que ela contêm sem ter a chave certa para abri-la. Sem a autorização da pessoa, só será possível entrar nela, usando a violença.
Eu era “uma mala” e não podia sequer suportar meu próprio peso. Olhava o mundo com muita bronca, com muita raiva, desconfiança, com ódio e sem vida. Aceitava a vida com resignação, sem convicções profundas, sem uma espiritualidade forte.
Perguntava-me seguidamente... se a vida devia ser sempre assim! Mexia-me todo, falava de tudo... na verdade queria combinar a insatisfação da forma como vivia a vida com a terrivel necessidade de mudar... mas mudar como e por onde devia começar?
Depois dos primeiros encontros fraternos, fui percebendo minha real situação i em que me havia metido. Entendi que ficar aí seria mesmo inútil, estaria outra vez fazendo buraco na água, como havia feito antes de chegar neste lugar. Eu precisava reagir, não podia ficar sem tomar alguma decisão forte e essa seria a minha única saída.
As perguntas ficavam batendo a cabeça o tempo todo e as sufocava com as atividades, tudo se resolvia no ativismo, fazendo coisas, muitas coisas... sem restar-lhe tempos para pensar, essa era a melhor maneira para evadir-se, seguir em frente sem importar-se aonde chegaria.
Eu vivia o tempo todo na solidão, meu único e íntimo amigo era o travesseriro e foi ele quem desvelou-me os segredos e as causas das minhas penas e insatisfações profundas. Mostrou-me o exato lugar onde outra vez podia recuperar o entusiasmo, algumas motivações de vida. Não fosse o meu travesseiro com quem estava acostumado comunicar-me quem sabe aonde teria ido a parar. Então duvidava de tudo, até mesmo haver sido chamado um dia, ou talvez estivesse escondendo-me detrás dele. E se assim fosse, aonde podia recuperá-lo! ... Seria talvez junto aos “importantes e sempre ocupados com tantos afazeres”. Ou com quem eu havia construído sonhos, fortalecido um belo relacionamento, quem sabe, talvez fosse esse o início de um misterioso caminho imaginário!
A reflexão ou a própria solidão levou-me a comparar-me metaforicamente com uma “mala”. Uma mala que ha muito tempo não parava em lugar algúm. De tanto rodar estava averiada, fazia má impressão, antiquada, feia, sem dono, jogada pelos cantos, ajuntando de tudo um pouco por onde ia passando.
Ah! se essa mala falasse, certamente suplicaria, dizendo: “porque não terminam de uma boa vez com isso, porque não me jogam fora, assim se acabaria com tantas desconfiaças, maus tratos, agressões ou coisa assim”.
Mala não é humana, é uma coisa, é um objeto, não pensa nem fala, fica calada, não consegue falar, se resigna ser “sumissamente” uma mala. Se as pessoas, mesmo parecendo-se com uma mala, fossem tratadas um pouco melhor, mesmo tendo algumas semelhanças com o “objeto mala” ah! quanta utilidade igualmente poderia ter.
Sábios inteletuais, superiores doutos, eminências, muitas vezes sem dar-se conta conseguem colocar muitas malas juntas e assim deixá-las inclusive com interessantes etiquetas, de boa marca, bem ordenadas, uniformizadas e elas nunca conseguirão nem falar, nem serem escutadas, acompanhadas. A sábia gente já sem destino, coloca em ordem decrescente os elementos e partem, eles são importantes, nunca lhes sobram tempo, eles sabem a hora certa para voar...
Ninguém está acima dos outros ou é mais importante do que eles. Tanto as pessoas famosas como aquelas que estão no anonimato são seres humanos dignos do mesmo respeito, porque também possuem consciência e inteligência.
Mas, que interessante, com o tempo a gente simples também cresce e pode ver como tantos “sábios” deixam de ser “gente importante” passando eles também a formar parte do grupo “malas”, eles também viram mala e então se queixam. Ah, se aqueles que têm a verdade, em suas programações não filtrassem tanto o Amor, certamente, também as malas menos caras, se sentiriam muito melhor!
Todos somos de certa forma uma mala, iportante é saber a qualidade do conteúdo que temos dentro dela. Não interessa o lugar que ela ocupa, se for grande ou pequena, linda, nova ou velha, tudo o que importa é o que ela carrega. Toda mala tem seu tempo e o seu espaço é sua bagagem a que se eterniza e faz história reproduzindo novas vidas...contrariamente continuam reproduzindo “especimen uniformes mala”.[1]
[1] Reproduzir pessoas sem personalidade, espécies iguais.
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